No último dia primeiro, fez trinta anos o trágico acidente na curva Tamburello, no Grande Prêmio de Ímola, San Marino, que tirou a vida de Ayrton Senna, um dos maiores ídolos de toda a história do automobilismo internacional. Não apenas um grande piloto, Ayrton sempre foi um legítimo herói nacional, que despertava – e ainda desperta – em todos o orgulho de ser brasileiro. Isso se reflete na sua especialidade que não era em um esporte, necessariamente, popular, ou que sempre habitasse o ideário do nosso povo.
De qualquer forma, os almoços dominicais aconteciam apenas depois das corridas do Senna, momento em que ficávamos vidrados na TV, esperando a bandeira tremular nas mãos do campeão, ao som do Tema da Vitória. Aliás, essa cena do Senna até hoje emociona os brasileiros que tiveram a alegria de vê-la ao vivo, ou, nos antológicos vídeos das plataformas de streaming que contam a história às novas gerações.
Impressionante mesmo é a inexplicável atualidade de Ayrton Senna. Aos que viveram naquela época, o fatídico acidente parece ter ocorrido há dias. Inclusive, tem sido comentado que todos se lembram até do que estavam fazendo no momento em que sua morte foi anunciada nos meios de comunicação. Valendo a pena ressaltar que a Internet era praticamente experimental e que as grandes fontes de informação eram os jornais e as emissoras de rádio e televisão. E, mesmo assim, em poucos segundos o Brasil entrou em luto pelo ídolo.
Tudo foi muito diferente. As milhares de homenagens em estádios de futebol, o número inimaginável de pessoas que acompanharam o cortejo e as mais sinceras manifestações de carinho e admiração espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Por isso, é certo dizer que, há 30 anos, o mundo perdia um ídolo, um gênio do esporte que percorreu por trilhas muito além das pistas e ainda inspira gerações. Realmente não acredito na possibilidade de algum brasileiro ouvir o Tema da Vitória sem se emocionar. Não pela vitória em si, mas pelo homenageado. Em um país tão carente de heróis, Senna vive há trinta anos no coração daqueles que o viram correr e, também, daqueles que o verão pelas ondas da Internet. Sempre será nosso grande vencedor, nosso eterno campeão.